Edvaldo Morais e seus comentários tendenciosos

Como todos os dias, ontem ao me dirigir ao trabalho, sintonizei o rádio do carro na AM. Nos últimos meses tenho gostado muito de escutar a programação da rádio Olinda. Nela percebi que foi aberto um espaço para alguns nomes que prezo muito e que tem merecido momentos de minha atenção como é o caso do frei Aluísio Fragoso.

Porém, todas as manhãs, no caminho do trabalho, escuto o comentário, ou como é intitulado no programa: O Circuito Fechado. Que é o comentário de algum fato social feito pelo radialista Edvaldo Morais.

Há dias que prefiro escutar CD, pois acho de muito mau gosto iniciar dia com uma lavagem cerebral tão mediocre e pretenciosa como as que são feitas ou apenas lidas no ar pelo já citado radialista.

Nesta sexta, o comentário foi sobre a tentativa de mobilização que seria feita para a democratização dos meios de comunicação.

O referido radialista elencou e exaltou a nobreza e o profissionalismo com que a Rede Globo de televisão presta serviço a sociedade brasileira. Falou dos indiscutíveis aparatos tecnológicos, dos excelentes profissionais, em especial na área de dramaturgia, e etc. E fechou a crônica dizendo, de forma enfática, que a mobilização era um movimento orquestrado pelos que comandam o governo e que querem abafar os escandalos que surgem a todo momento. Alegou que nos governos anteriores (Sarnei, Collor e FHC), a imprensa largou o pau e só no atual governo é que estão querendo silencia-la. Porém teve o cuidado de livrar o Lula de ser o responsável pela cassada à empresa.

Lógico que ele tem razão e até fala a verdade em muitos fatos que colocou porém o que me chama a atenção é o modo terrorista que este radialista expõe os fatos. Ele sabe que está falando para uma classe de pouco esclarecimento político e que não acompanham os acontecimentos de forma contextualizada. Em geral, ao povo só é permitido ver os fatos de forma isolada e isto é o que chamo de verdadeiro terrorismo. A imprensa sempre colocou cabestro e bitola na cara do povo e isto permite a algumas figuras, como o radialista em tela, ficar bastante popular e através de verdades parciais disciminar mentiras e conceitos distorcidos.

Ora, não é necessário debruçasse muito sobre a história passada do nosso país para lembrarmos as monobras feita pela imprensa para estereotipar os movimentos e organizações populares como o dos sem-terra e teto, as comunidades eclesiais de base e os sindicatos. O Edvaldo não falou em seu comentário, quanto se referiu a rede globo, sobre o bajulamento desta emissora a quem estiver no poder. Aliás, a Globo já surgiu de uma grande babada do seu já falecido proprietário, Roberto Marinho, ao militares. Mas, ainda percebo que o radialista tem moderado seus comentários sobre o atual presidente do país. Lembro bem o tom inflamado e raivoso com que ele soltava a sua lingua ferina contra Lula, antes dele ser eleito presidente. Acho que na verdade o que temos no horário das 5h às 9h na rádio Olinda é mais um personagem criado para iludir o povo.

Roberto Almeida