As Doenças são Respostas da Natureza Modificada

O Brasil vive um momento de luta contra doenças já controladas no passado. As doenças estão voltando e voltando com força. Alias, toda vez que se mexe na natureza ela responde com força. E para controlar as velhas epidemias não é preciso que o Osvaldo Cruz volte também, basta que tenhamos mais respeito à natureza.

Só para termos uma idéia, com o aumento do consumo de carne nós estamos provocando, além de desmatamento, a veiculação de algumas doenças em potencial, que precisam de um tempo de incubação para se desenvolver. Porém como a demanda do mercado é crescente os produtores precisam acelerar a colocação da carne no mercado. Desta forma ela é consumida ainda muito “verde” aumentando o risco de doenças posterior a sua ingestão.

Além deste fato há ainda o aquecimento global e a modificação dos ecossistemas. A destruição dos ecossistemas expõe o homem e os animais ao surgimento de novos agentes patológicos. Na década passada, ocorreu na Malásia um desmatamento maciço onde os morcegos fugiram em debandada da floresta e contaminaram os porcos e consecutivamente levaram a morte de 300 homens.

Outro exemplo é o ebola, um tipo de febre hemorrágica, que está ligada ao contato do homem com os macacos no desmatamento da África. Isto sem falar na própria AIDS que segundo alguns estudiosos do assunto afirmam ter vindo do consumo de carne de macaco.

Ainda temos a gripe aviaria. Com o aumento do número das aves no meio urbano, pois estas foram expulsas de seu habitat, aumenta também o contato destas aves com o homem e por sua vez a possibilidade de uma mutação no vírus para ser transmitida para o ser humano.

Por fim temos a febre amarela que foi erradica no Brasil há décadas, e hoje retorna como epidemia. Mesmo com os esforços do governo brasileiro em afirmar que não é caso para grande alarde.

Porque será que a febre amarela voltou?
A febre amarela é transmitida por um mosquito e o vírus é endêmico à região amazônica, aquela mesma que está sendo desmatada tal como na Malásia e África, as autoridades se esforçam para dizer que são dois tipos diferentes de mosquito transmissores da doença. Um é próprio das florestas (Haemagogus), e o outro é da cidade (Aedes Aegypti). Mas o importante é observarmos a ligação ou a relação guardada entre o desmatamento da Amazônia e a nova epidemia de febre amarela.

Estamos modificando os habit natural das espécies, modificando os ecossistemas, modificando até os nossos hábitos alimentares. Estamos desequilibrando a mais perfeita criação divina: a natureza, e quando isto ocorre ela responde com força.

Roberto Almeida
Especialista em Gestão Ambiental.