Visão holística de Prevenção de Acidente

Os acidentes de trabalho possuem causas múltiplas que precisam ser analisadas e sistematicamente prevenidas. Ocorre que a grande maioria dos empresários e executivos nacional ainda não perceberam que para se ter uma empresa enxuta e saneada é necessário o controle de todos os potenciais de perdas.

Assim sendo, os executivos que pretendem ter uma visão moderna precisam perceber que os fatos que geram perdas materiais e de processo são os mesmos que causam os acidentes de trabalho ou ambiental. Com este entendimento é necessário o desenvolvimento de uma sistemática integrada de gestão das perdas.

Há mais de 70 anos, Os estados unidenses H. W. Heinrich e depois o Frank Bird Jr, introduziram o conceito de controle de perdas. Onde surgiu um programa de controle de perdas que passava por quatro fatores básicos: registro, investigação, analise e revisão do processo.

Atualizando as idéias e estudos de Heinrich e Bird podemos dizer que os acidentes têm três causas: Causas Imediatas, causas básicas e falta de controle.
As causas imediatas são as que primeiro identificamos quando da ocorrência de um acidente. São as condições e os atos, que erradamente ficaram conhecidas como inseguras, mas que na visão moderna devem ser tratadas com ato ou condição abaixo do padrão. As causas básicas são os fatores inerentes da personalidade do individuo tais como os fisiológicos e os do ambiente. Já a falta de controle é expressa por programas, padrões e cumprimentos de padrões inadequados.

É na falta de controle que se desata a seqüência acidentária e as perdas de uma organização empresarial. Não existir um padrão ou existir de forma inadequada ou ainda não haver supervisão quanto ao cumprimento dos mesmos, tem vitimado uma série de trabalhadores em nosso país. A padronização é a oficialização de um procedimento previamente analisado em sua plenitude e, portanto, preventivo a qualquer tipo de perda seja ela material, de processo, ambiental ou humana.

Desta forma as organizações empresariais que possuem executivos de visão míope não conseguem enxergar a necessidade de se implantar uma sistemática holística para a gestão de segurança e saúde dos trabalhadores, pois não entender que as causas que geram as perdas de processo e má qualidade do produto são as mesmas que causam os acidentes.

O controle total das perdas deve ser sistêmico e não pontual. Contratar ou manter um profissional de segurança, técnico ou engenheiro, e coloca-lo no fogo estará apenas queimando-o. A responsabilidade pela prevenção de perdas tem que ser de todos. Todos os níveis ou funções da empresa têm que ter bem definido quais as suas responsabilidades no sistema. Em quanto prevalecer a idéia de que segurança é coisa de especialista e os padrões não envolverem os múltiplos aspectos ou causas das perdas não haverá um controle efetivo do processo e conseqüentemente não ocorrerá uma gestão empresarial efetiva.

Roberto Almeida
Professor do curso de Segurança do Trabalho EASD