domingo, 29 de abril de 2012

A sustentabilidade Empresarial e o Viés Social
 
Ser sustentável nos dias atuais é um rótulo muito oportuno para as empresas que vêem no marketing ambiental um ótimo cartão de visita para continuidade do negócio. Porém é necessário que estas empresas entendam que sustentabilidade não se limita a visão da excêntrica da organização.
Para se tornar sustentável as empresas devem adotar sistemas de gestão que integram o tripé da sustentabilidade, composto pelo viés econômico, ambiental e social. Desenvolvendo ações centradas em políticas corporativas que visem o uso racional dos recursos naturais necessários a seus processos produtivos e envolvam os atores sociais de forma efetiva neste processo de gestão.
Ocorre que, em muitos casos, as empresas têm utilizado o modelo de gestão integrada para apresentá-lo apenas como cartão de visita. Não levando em consideração a comunidade em que estão inseridas, por exemplo. É o que se chama de empresas "ET´s", que não estão no mesmo mundo onde estão implantadas. Elas até desenvolvem ações ambientalmente corretas, como uso de fontes alternativas de energia, programa de produção mais limpa e educação ambiental. Instituem e medem seus indicadores, mantêm seus certificados e selos ambientais. Porém não abrem espaço para que os atores sociais opinem sobre sua sustentabilidade.
Este é um ponto crucial para que uma organização consiga resultados realmente sustentáveis no contexto sereno da sustentabilidade. Os atores sociais, aqui entendidos pelo poder público, comunidade e ONG´s, são balizadores para a atuação de uma corporação que se implanta em uma região, que em geral já possui uma formação estruturada.
Assim sendo, em quanto são os casos em que empresas sentam à mesa com os atores sociais para captarem elementos que comporão suas políticas de gestão? Em quantos são os casos em que as comunidades, o poder público e as ONG´s são ouvidas quanto as suas percepções da atuação da empresa na região?
As empresas por mais que mantenham seus sistemas de gestão focados na sustentabilidade, com indicadores mostrando avanços econômicos pautados na preservação ambiental, ainda pecam na atuação social quando não considera os atores sociais como elemento contributivo na consolidação da sua sustentabilidade.
 
Roberto Almeida
Especialista em Gestão Ambiental

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