segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Presença

E de repente houve alguém chamar o seu nome. Já eram duas horas da madrugada e não fazia sentido o seu pai está a lhe chamar. Levantou e foi até a janela. Nada. Caminhou pelo corredor em direção a porta da sala. Percebeu que as luzes do rool ainda estava acesa. Nada dava sinal de que alguém realmente havia chamado o seu nome. Mas foi algo tão bem pronunciado e vivo que pensou ter escutado a voz do seu pai.
Resolveu voltar à cama e tentar dormir. Entre o primeiro e o terceiro cochilo que dava antes de adormecer por completo, voltou a escutar vozes que o chamava pelo nome de quando criança - Beto. Era uma madrugada que sucedeu um dia de muita satisfação familiar no seio da casa de seus pais. Roberto, rapaz inteligente e com muitas ansiedades por satisfazer, tinha uma vida corrida e cheia de dilema que ele mesmo sabia que eram criados a seu bel prazer ou desprazer.
Ocorre que naquela noite, ele tinha ido dormir pensando no futuro do filho que nascerá a pouco tempo e que não tinha conhecido os avós maternos e os paternos já estavam ficando cada dia mais fraco. Naquele dia ele havia preparado a máquina fotográfica para fotografar o seu filho junto aos avós. Era a foto que faltava na apresentação do histórico que pretendia apresentar à família no fim do ano.
Ficou um pouco desanimado quando soube das pretensões de naquele ano não ser realizado o costumeiro encontro de final de ano na casa dos pais. Foi dormir pensando na possibilidade do seu filho crescer sem ter por perto os avós mas como quem quer dizer que estará sempre por perto, acordou na madrugada com o som límpido e vivo da voz do seu pai.

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