domingo, 27 de janeiro de 2008

Quem Manda é o Mercado

Ouvimos há bem pouco tempo o governo brasileiro exaltando as ações que levaram a redução do desmatamento da Amazônia. Na oportunidade algumas organizações não governamentais retrucaram dizendo que a factual redução do desmatamento na Amazônia devia-se as quedas nas commodities agropecuárias. Esta semana o mesmo governo anuncia o maior desmatamento nunca visto na história do país em tão curto espaço de tempo (novembro a dezembro).

Ocorre que o consumo ascendente de carne está atingindo escala planetária com destaque para os países ditos emergentes, como China e Índia. Isto impulsiona a commodity e incentiva os produtores a aumentar a sua produção. Porém, como nos ensinou Newton, toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade, mesma direção e sentido contrário. Isto é, para produzirmos mais carne temos que aumentar as áreas de pastoreios, com isto as florestas e matas precisam perder espaço, diminuírem de tamanho para dar lugar aos pastos que servirão ao gado. Com isto aumentamos a balança comercial, fortalecemos a pecuária brasileira e engordamos a conta bancária dos pecuaristas e outros parasitas desta commdity. Porém também suprimimos, em igual intensidade, junto com as matas e floresta, os serviços ambientais que estas prestam à humanidade.

É lamentável ouvir o pronunciamento do Reinhold Stephanes, na representação patética de seu papel de ministro marionete do sistema, dizendo que a pecuária não contribuiu para o desmatamento anunciado. Em contra ponto a, também marionete, Ministra Mariana Silva, que acusou o avanço das áreas de pecuária como uma das principais causas do aumento de 30% do desmatamento na Amazônia.

O que vemos são três fatos: o aumento do desmatamento, o aumento do consumo de carne no mundo, e o esforço do governo em não se comprometer com a preservação ambiental. Pois a cada pico de desmatamento é anunciando um pacote de ações superficiais e opilantes. Nada que se compare com a força e o ímpeto das viagens comerciais que o presidente tem feito, e com muita competência, ao exterior para vender nosso produtos agropecuários e de impactos negativos no aspecto ambiental.

Precisamos entender e mudar a realidade de que, embora o governo atual seja mais popular que outros, ainda está ligado e dependente do sistema capitalista que vê o meio ambiente como um entrave ao “desenvolvimento”. Neste momento tem papel fundamental as ONGs ambientalistas que fazem contra-ponto ao que está posto.

Roberto Almeida
Especialista em Gestão Ambiental.

2 comentários:

Unknown disse...

Massa essa tua postagem, bem atual, tem tantas coisas que ainda a população não sabe e que compromete o meio ambiente, né?

Gilvanete
BjOoOoOoOoOoOoOo

Cássia Lacerda disse...

Oi Roberto:)

Gostei muito deste seu "post" realmente comprovas que és um Ambientalista convicto!!!! Além de me enriquecer comsuas colocações:)

Adorei, vale a pena refletir e começar de alguma forma a contribuir contra este desmatamento que ao meu ver já não podemos esperar apenas pelo Governo para que haja um "freio" brusco nesta situação!!!!

Bjs,

Cássia