A ONU projetou que 100 mil pessoas podem afundar na fome devido a crescente falta de alimentos no planeta. Quatro são as principais causas mais levantadas e discutidas nos últimos dias, para este diagnóstico indignante: Aumento da demanda, alta do petróleo, especulações das condições climáticas não favoráveis e aumento da produção agrícola voltada ao biocombustível.
Desde a década de 70, com o clube de Roma, já era denunciado o crescimento populacional como um dos principais agentes impactantes ao meio ambiente. Com o aumento da população e o inconseqüente crescimento do consumo mundial, a produção de alimento não tem suprido as necessidades da população. Também já foi largamente discutido que para manter o atual padrão de consumo teríamos que ter cinco planetas terra de recursos naturais.
Outro fator determinante na crise de alimento no mundo é a alta constante no preço do petróleo. Pois para se produzir alimento estamos totalmente vinculados a implemento agrícolas tais como tratores, caminhões e máquinas que são movidos a diesel que é um derivado do petróleo. Assim como o transporte para escoamento da produção é feito por caminhões que também são movidos a diesel. Para proteger as lavouras de pragas são utilizados defensivos agrícolas que tem em sua composição derivados do petróleo. Tudo isto compõe o preço final dos produtos alimentícios e tem inflacionado o mercado.
Neste cenário as mudanças climáticas têm provocado várias perdas nas culturas principalmente de cereais. A Austrália e a Europa têm sofrido bastante para tocarem suas produções. A FAO registrou uma queda de 5% na produção de cereais para o igual período de 2007. Como resultado disto, aqui no Brasil, sentimos primeiro a alta do feijão e agora a disparada do preço do arroz.
Por fim temos um ator que têm provocado grande divergência: Os biocombustíveis. Este quando tem como matriz o milho (EUA), ai sim, contribui para a crise, pois esta é uma cultura alimentar. No Brasil o etanol provem da cana-de-açúcar, que não tem perfil de consumo semelhante ao milho. O milho é utilizado, além da alimentação humana, como ração aos suínos e bovinos e sua falta impacta diretamente no preço das respectivas carnes.
Desta forma, quando você vir a carestia no arroz, no feijão e na carne saiba que tudo passa por uma questão de desequilíbrio ambiental promovido por inversão de valores morais, crise ética. Que faz as elites dominantes do planeta optarem por processos e modelos de sociedade que não geram sustentabilidade e condena a espécie humana à extinção.
Roberto Almeida
Especialista em Gestão Ambiental
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