MMA mais flexível com Minc

“Perco a cabeça, mas não perco o juízo”. Este frase da Ex-ministra tem um contra ponto: “...mas não perco o cronograma (Minc). Com a saída da Marina Silva entra o Minc no ministério do meio ambiente e com ele o rigor no cumprimento maquiavélico dos cronograma.

O governo deu a prova cabal de que não está para brincadeira e nem aventuras de crescimento. Passou o rolo compressor na ex-ministra Marina Silva e pretende agora com o Carlos Minc cumprir todos os cronogramas das obras que levaram o Brasil ao tão prometido espetáculo do crescimento.

Sabemos que para isto, ocorrerá retrocesso na luta pela preservação ambiental em nosso país. O ministro Minc, assim como o próprio presidente Lula, tem dois momentos em sua biografia. No primeiro ele foi um irreverente parlamentar-ambientalista carioca que utilizava de mimeses para denunciar a degradação ambiental. Neste período ele se destacou com autorias de leis que beneficiaram a luta ambiental. No segundo momento o Minc passa a ser o homem do poder e ele, metamorfose ambulante, conseguiu até mudar a própria lei que criou. Ou seja, diminuiu de 30% para 20% a exigência de recuperação de Mata Atlântica em áreas de cultivo de árvores de interesses comerciais, como eucalipto e babaçu. Eliminou a exigência de reabilitação da área plantada depois de cessado o ciclo completo de exploração e de aguardar a elaboração do zoneamento ecológico-econômico - que define limites para atividades que utilizem recursos naturais em cada região - para a autorização no plantio de monoculturas.

Assim sendo, está perfeitamente entendida a opção que o governo brasileiro fez: Teremos crescimento econômico sobrepondo a preservação ambiental. Isto é um suicídio lento. Porém as pressões internacionais estão cada vez maiores assim como o descontentamento com a saída da ex-ministra do governo.

Roberto Almeida