domingo, 3 de outubro de 2010

O Rio Como Alternativa


Impaciência, agonia e raiva, estes foram o sentimento de quem estava na última quinta-feira entre a PE 60 e a BR 101 em Pernambuco. Foram horas em um engarrafamento quilométrico que se estendeu ao longo da noite.
Este na verdade foi apenas mais um dos dias engarrafados do grande Recife. O problema do trânsito vem se agravando dia apos dia. Alias, trânsito é um termo inadequado para denominar a fila de carros e caminhões que diariamente se forma nas ruas das cidades da região metropolitana. Apesar de estarmos em plena campanha eleitoral, digo, a apenas três dias das eleições, nenhum candidato apresenta propostas efetivas para resolver o problema.
Fico pensando na possibilidade de despoetizar o Rio Capibaribe tão bem fraseado por Gilberto Freire, João Cabral de Melo Neto e que rendeu a Recife o titulo de “Veneza Brasileira” e torná-lo em uma alternativa ao transporte de massa.
Vamos pensar um pouco! Um rio que corta o Recife e tem 270 Km de extensão, passando por 42 municípios do estado, nasce no agreste e desagua no mar, em Recife, precisa se transformar em uma alternativa para desafogar o trânsito na região metropolitana ou no mímimo no centro da cidade.
Alias, hoje este tipo de transporte fluvial não é inédito e ocorre em uma microescala no bairro de Casa Forte, onde os moradores da comunidade Cabocó utilizam barcos para se locomover até a Torre. No passado durante o ciclo da cana-de-açúcar, o rio que servia de trilho para escoar o melaço, a madeira e especiarias que saíam da casas de engenho.
Como vemos, mais uma vez precisamos investir na recuperação de mais uma área degradada (o rio), pela nossa sociedade capitalista que vibra com a mobilidade social de 36 milhões de pessoas para a classe média e com boom de vendas de veículos.
Como disse o poeta:
“A lição sabemos decor, só nos resta aprender”.
Roberto Almeida

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